Muito bem, cidade de Picos, hoje me deram uma função difícil, escrever sobre o dia da sua cultura. Isso mesmo, dia 20, comemoramos o dia da cultura Picoense.
Você não sabe o quanto que é complicado escrever sobre este assunto. Estou aqui tentado escolher palavras adequadas para poder me expressar, vou começar relando sobre algumas informações que eu pesquisei.
Essa data surgiu há treze anos, com o objetivo de homenagear o bacharel em Direito, historiador e intelectual Ozildo Albano de Macêdo. A lei foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada em 1994.
Ozildo Albano foi um grande divulgador da cultura, ele criou o Museu-Biblioteca Capitão-Mor João Gomes Caminha, hoje museu Ozildo Albano, formando um grande patrimônio cultural de Picos. Ele também coordenou várias atividades culturais, serestas e realizou várias encenações de peças teatrais. Trouxe de Recife uma tipografia e no dia 15 de março de 1952 circulou o primeiro número do jornal estudantil do Ginásio de Picos – “Flâmula”. Foi também juiz de Direito e professor.
Bem, Picos,.... As informações esgotaram-se. Não tem mais do que falar da sua cultura. Que lástima, não?! A sua cultura resume-se em Ozildo Albano, não querendo ofender essa pessoa tão ilustre, não é isso. O que eu quero dizer é que a tua cultura, além disso, não tem mais o que comemorar.
- Porque isso?
Sinto muito em informar, Picos,...eh....ah.... , não sei nem como começar....mas sua cultura não é muito difundida e repassada. Não há incentivos nem nas escolas , nem nas universidades, e muito menos nas comunidades, não existe um incentivo em divulgar sua cultura e seus costumes.
-O povo não valoriza sua terra, seu passado?
Isso mesmo...”o passado virou brega.....temos que esquecer”
-Mas assim seremos esquecidos!?
É, e o pior é que sim.... A ideologia difundida é vivermos a globalização, e rompemos com os pensamentos defasados e ultrapassados. Hoje não há mais brincadeiras e nem caantiga de roda, não há bricandeira de peteca , nem de pedrinha, não se contam mais estorias , e muito menos, lendas... não há mais namoro na praça. Os pais não convesam mais com filhos, nem os filhos com os pais.
Mas não fique triste, não!, Picos. A esperança é a ultima que morre e apesar de não termos teatro, nem cinema, nem biblioteca pública, nem um espaço cultural amplo. Temos ainda a nossa lingua, lingüisticamente, ainda somos recolhecidos pelo mundão afora. Eu acho...
Ah! temos o forró, para alguns isso não é cultura, é apenas um lixo cultural com letras sem sentidos, mas tudo bem, vamos relevar e considerar.
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A equipe SobMedida, termina este texto com o desejo de que este retrato mude, e que da próxima vez que viermos a falar deste assunto, nos esbaldemos sobre um mar de informaçoes culturais. Esperamos que as autoridades executivas, legislativas e educacionais façam alguma coisa. Desejamos ainda que os pais mudem as suas concepções e passem a conversar mais com seus filhos, e que os filhos também conversem mais com seus pais......para que a cultura picoense sobreviva a história e os costumes, fazendo surgir outros “Ozildos Albano” na cidade de Picos.